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Os veículos elétricos são mesmo mais sustentáveis?

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Os veículos elétricos cada vez mais são utilizados nas diversas áreas do mercado mundial. Sua performance, sustentabilidade, menor custo de manutenção e abastecimento são alguns dos fatores considerados pelas empresas ao decidirem alterar suas frotas. Apesar da sua eficácia, comprovada por especialistas do setor, será que os veículos elétricos são de fato mais sustentáveis? Saiba a verdade a seguir. 

O que as pesquisas indicam?

Devido ao processo de fabricação e descarte dos veículos elétricos movidos a bateria, conhecidos como VEBS, em especial do componente citado, alguns afirmam que a pegada de carbono desses modelos é maior do que a dos não elétricos. Para determinar quais são os custos ambientais da troca dos veículos a combustão por elétricos, organizações comerciais e acadêmicas conduziram:

  • Análises referentes ao ciclo de vida (ACVs).
  • Comparações entre a quantidade de gases de efeito estufa criados a partir da produção, uso e descarte de um VEB e os gases emitidos por um veículo de porte semelhante movido a gasolina.

A partir dos resultados, foi descoberto que, embora a poluição causada pela produção de um veículo elétrico seja equivalente a um movido a gasolina, essa diferença na emissão de gases de efeito estufa é compensada à medida que o veículo é utilizado, e não demora muito para essa desigualdade ser superada.

Em um estudo realizado pela Universidade de Michigan com o patrocínio da montadora Ford, a equação da poluição se equilibra entre:

  • 1,4 a 1,5 ano para sedãs
  • 1,6 a 1,9 ano para SUVs
  •  1,6 ano para picapes

Os dados apresentados têm como base o número médio de quilômetros percorridos por veículos nos Estados Unidos. Por meio desta análise, percebeu-se que, em média, as emissões de:

  • Sedãs VEB foram 35% das de um modelo de combustão interna
  • SUVs elétricos produziram 37% das emissões de um exemplar a gasolina
  • Picapes movidas a bateria criaram 34% das emissões de um a combustão interna

Os resultados variam de acordo com a quantidade de gases gerada através da produção da eletricidade necessária para carregar uma bateria. Quanto maior o uso de fontes renováveis, sejam elas eólica, solar, nuclear ou hidrelétrica, maior será a redução das emissões.

Dos mais de 3 mil condados dos Estados Unidos analisados, 78 tiveram emissões totais de sedãs elétricos maiores que as de veículos de combustão interna, devido ao fato de que, nessas localidades, a maior parte da eletricidade foi gerada a partir de carvão.

A dependência do carvão para produzir a eletricidade que alimenta os veículos elétricos foi uma das principais críticas aos VEBs, juntamente com as emissões geradas pela produção de baterias e a sua curta vida útil. Por exemplo, um estudo realizado no Instituto Leibniz de Pesquisa Econômica da Universidade de Munique aponta que um Mercedes C220 diesel gera menos emissões de gases de efeito estufa do que um Tesla Model 3.

Michael Kelly, professor de engenharia da Universidade de Cambridge, afirmou em sua pesquisa que a necessidade de carregar veículos elétricos sobrecarregaria a rede elétrica e poderia levar a cortes de energia na Grã-Bretanha. Ele também acredita que o mundo não tem matéria-prima suficiente para fabricar as grandes quantidades de baterias necessárias.

Porém, nenhuma dessas declarações é precisa de acordo com Auke Hoekstra, diretor de pesquisa de transição energética da Universidade de Tecnologia de Eindhoven. Em um artigo publicado em 2020, Hoekstra demonstra, por meio de dados, que as baterias fabricadas hoje em dia têm o potencial de durar  mais de 500 mil quilômetros, e que a gasolina e diesel poluem mais do que o esperado. Além disso, também comprova que a energia utilizada na criação de baterias já diminuiu, ao contrário da sua produção a partir de fontes renováveis, que só cresce.

“Todos os estudos concordam que os veículos elétricos economizam entre 50% e 70% de equivalentes de CO2 e que o tempo necessário para recuperar as emissões adicionais causadas pela produção de baterias é de um a dois anos. Quanto mais você dirige, mais rápido você se recupera”, afirma o diretor.

O resultado de outro estudo comprovou o seguinte cenário: nos Estados Unidos, em 320 mil quilômetros rodados, um veículo de combustão interna típico emitiria 66 toneladas de gases, enquanto que um veículo elétrico a bateria emitiria 39 toneladas nessa mesma distância. Além disso, em 30 mil quilômetros as emissões mais altas causadas pela fabricação de baterias seriam compensadas pelas emissões mais baixas da condução de um veículo elétrico.

Devido a esses fatores, para Hoekstra, “Todas as críticas aos VEBs logo serão coisa do passado”, pois ele acredita que, conforme as baterias adquirem uma produção mais limpa e começam a ter uma vida útil equiparável à dos veículos, a geração de eletricidade também se afasta de fontes não renováveis e poluentes. Portanto, para o pesquisador, “Não há países no mundo onde os VEBs poluem mais do que os veículos de combustão interna”. 

Qual o futuro dos veículos elétricos?

Aliado às pesquisas e inovações constantes no setor, o cenário da mobilidade elétrica cresce em ritmo acelerado, uma vez que o mercado de veículos elétricos novos e usados é determinado pela oferta, mesmo para aqueles que não recebem incentivos. Isso resulta na expansão da demanda, ao ponto de existir lista de espera de anos para caminhões elétricos, por exemplo. 

O Boston Consulting Group (BCG) é uma empresa de consultoria global com um sólido conhecimento automotivo. Desde 2018, o BCG lança uma projeção de mercado alinhada com o processo de adoção dos veículos elétricos nos EUA, e desde seu primeiro ano de publicação, os dados deste gráfico têm sido analisados com recorrência, para mostrar o aumento da taxa de adoção no país. 

‍Este documento mostra que, ao longo desses quatro anos (2018-2022), as projeções de vendas de veículos elétricos nos EUA mais que dobraram, de uma estimativa de 21% para 53%. 

No Brasil, nota-se essa tendência pelo aumento das vendas de veículos elétricos e da infraestrutura para atendê-los, criação de políticas de incentivo e a existência de soluções tecnológicas eficientes para a gestão tanto dos VEBs quanto dos pontos de recarga que os atendem.

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